24 de novembro de 2009

HISTÓRIA LOCAL DA MURTOSA

História Local

"Foi talvez pelo ano de 1200 que se fixaram neste rincão da beira-mar algumas famílias de marnoteiros e pescadores que não tardaram a aproveitar também os recursos da terra. Numa doação ao convento de Tarouca, no ano de 1242, aparece mencionada, com o nome de Morrecosa ou Mortecosa, uma marinha de sal que não será temerário aproximar das origens da Murtosa.
No entanto, é possível que, a princípio, lavradores e pescadores formassem classes aparte, pois a actual vila provém de dois núcleos distintos. Pardelhas pertenceu ao termo de Figueiredo, e os seus moradores eram foreiros do mosteiro de Vila Cova, situado na freguesia de Sandim. Murtosa entrou no Couto de Antoã e Avanca, pertencente ao Mosteiro de Arouca. Ambas se desenvolveram a par e formaram em bom entendimento uma unidade para o governo eclesiástico, antes de constituírem uma unidade para a administração civil.
Parece que a paróquia já existia em princípios do século XVI. Numa espécie de censo da população, feito em 1527, aparece no termo da Vila da Bemposta, "cabeça do concelho de Figueiredo", a "aldeia de Pardelhas e freguesia", com 47 vizinhos. A "aldeia da Murtosa e sua juradia", pertencia então ao termo da vila de Antuã e tinha 22 vizinhos. As duas aldeias somavam, pois 69 vizinhos - núcleo populacional importante, comparado com outros: Estarreja tinha 50, Salreu 37, Avanca 50, Pardilhó 20, Saidouros (Bunheiro) 19, Aveiras (Veiros) 34.
Num "Promptuário das Terras de Portugal" organizado em 1689, afirma-se explicitamente essa divisão: pertenciam ao termo da Bemposta os lugares do Ribeiro, Agra, Rua do Ribeiro, Pardelhas, Outeiro, Caneira e a Póvoa da Saldida; ao de Estarreja ficavam Murtosa e Monte.
A documentação relativa aos dois aglomerados populacionais tem de procurar-se respectivamente no que resta dos cartórios de S. Bento da Ave-Maria (para a qual passaram as freiras de Vila Cova em 1535) e de Arouca.
Quanto a Pardelhas, sabe-se que, já em 7 de Março de 1287, mandava el-rei D. Dinis que lá não exercesse jurisdição o juiz da Feira. O convento de Vila Cova pôs-lhe depois seu juiz e procurador, até que, em 13 de Maio do ano de 1358, por carta de el-rei D. Pedro, ficou assente que toda a jurisdição do crime e do cível pertencia ao concelho de Figueiredo. O mosteiro de Vila-Cova obteve para os seus caseiros e lavradores que moravam em Pardelhas alguns privilégios por cartas de 2 de Janeiro de 1448 e 3 de Novembro de 1451.
As terras pertencentes a Arouca estavam divididas das de Vila-Cova por marcos e divisões de que fala a carta de instituição do Couto de Antoã em 1257 e uma inquirição de 1334.No século XVI, o convento de S. Bento da Ave-Maria organizou o tombo das suas propriedades em Pardelhas e, em 1697, mandou erigir novos marcos de pedra com o báculo de S. Bento e a respectiva data. No auto de demarcação, fala-se no "arco da capela-mor da igreja velha da Murtosa", antecessora da actual.
As freiras beneditinas tiveram questão sobre as rendas de Pardelhas com Jorge Moniz, senhor de Angeja, em 1575, e com o Marquês de Angeja em 1756."
OLIVEIRA, Miguel de - Nótula Histórica da Murtosa. Progresso da Murtosa. Murtosa: Mário Silva. Nº. 369 (1936).
Desde tempos imemoriais, a Torreira pertenceu ao Termo de Cabanões e mais tarde a Ovar.
Num decreto da Legislação Portuguesa de 24 de Outubro de 1855, há referência da passagem da Torreira para o Concelho de Estarreja, ordenando-se que a dita freguesia ficasse unida para todos os efeitos administrativos e judiciais à freguesia da Murtosa.
A freguesia civil foi criada em 30 de Outubro de 1926 e incluída no actual Concelho da Murtosa. Foi elevada a vila em 12 de Julho de 1997.
O Monte foi criado como freguesia civil em 17 de Julho de 1933, sendo desmembrada também religiosamente da freguesia da Murtosa.
O Bunheiro pertenceu à freguesia de Avanca, devendo ter sido destacada pelos fins do século XVI.
As quatro freguesias que hoje constituem o Concelho: Murtosa, Monte, Bunheiro e Torreira estiveram
anexadas ao Concelho de Estarreja até 1926.
A luta pelo movimento autonómico durou alguns anos.
Em 27 de Abril de 1898, o Dr. Barbosa Magalhães, apresentou nas cortes um Projecto de Lei propondo a criação do Concelho da Murtosa, constituído pelas freguesias da Murtosa e Bunheiro. Continuando este povo sem ser atendido nos seus protestos de emancipação, alguns "Homens Ilustres", deslocaram-se às cortes gerais, em 7 de Abril de 1899, solicitando a aprovação da sua petição de elevar a Murtosa a Concelho.
Após grande insistência, o então Ministro do Interior, Jaime Afreixo, colabora com o povo da Murtosa e esta desanexa-se de Estarreja, em 29 de Outubro de 1926.
Bandeira, armas e selo do Município da Murtosa
Pela portaria nº. 7:602, de 20 de Junho de 1933, foi constituída a bandeira, armas e selo do Município da Murtosa.
"De ouro, coberto de rede vermelha. Escudete de prata com três gaivotas da sua cor, realçadas a negro. Duas faixas ondadas, uma de verde e outra de azul, carregadas de peixes de prata. Coroa mural de prata de quatro torres. Bandeira vermelha. Listel branco com letras de negro. Cordões e borlas de ouro e vermelho. Haste e lança douradas."




19 de novembro de 2009

O BRASÃO E A LENDA

O BRASÃO DA MURTOSA





Lenda ou tradição


"Diz-se, na tradição corrente, que a progenitora do grande povo da Murtosa terá sido uma moça muito bonita, chamada Teresa Caqueja, natural de Fermelã, desterrada para aqui em expiação de crime que a tradição não pormenoriza.


A Murtosa então, ainda sem nome, era terra de condenados ao desterro. Sozinha entre o céu e a terra lodosa, construiu a primeira casa de tábuas, uma arrecoleta ou recoleta na costa do Chegado, no local que ainda conserva o nome de "Chão das Figueiras". Sobreviveu. Arroteou um pedaço de terreno, fez horta, semeou e viveu do que colhia.


Um dia, um pescador que passava encostou o barco à borda. Encontrou a Teresa sozinha. Falaram. Eram ambos moços. Amaram-se e casaram. Tiveram filhos. Entre fomes e farturas cresceram e multiplicaram-se no cumprimento do mandato genesíaco. Ele na água, pescando, arrancando o estrume para os campos. Ela tratando da terra. Ambos na simbiose característica da nossa gente "anfíbia" como, séculos depois, escrevia Raul Brandão."


VILAR, Jaime - Lenda ou Tradição?. Boletim da Biblioteca Municipal da Murtosa. Murtosa: Câmara Municipal da Murtosa (1993), p.11.


A Origem do Nome Murtosa


Murtosa ou Murtoza?


A origem do nome deste concelho é por vezes um grande tema de discussão. Isto, porque a sua palavra primitiva sofreu grandes alterações com a evolução da língua portuguesa.


A história conta que esta era uma terra de «fogo morto»; terra de «foco mortuo»; terra mortua;A terra mortuosa; terra mortosa; mortosa; murtosa.


Mortaus; mortua, morta ou myrtus; murtus, ; murta, que topónimo Murtosa foi buscar, originalmente, o étimo provável da sua formação?


Dizia-se casal de fogo morto o que estava desabitado e onde o lume se apagara; e por generalização : toda a terra inculta ou despovoada.


Na baixa latinidade, até D. Dinis, e em todos os documentos: terra de focuo-mortuo. Alterando-se a grafia, a seguir, para vulgar, a forma: terra mortua que, em sentido colectivo pelo reforçamento do sufixo OSA, nos apareceu transportada em terra mortuosa.


Vocábulo este que a crise e a fonética aligeirara : -terra mortusa < MORTOSA.


Nos velhos manuscritos que vão passando, o topónimo do nosso apadrinhamento surge, a cada passo, diferentemente grafado até nos próprios documentos oficiais:- MORTOOZA; MORTTOZA;MORTOZA;MURTOOZA, MURTOZA; MURTUOZA.


Para leis da fonética, é vulgaríssima conversão da vogal átona O em U, e na grafia arcaica, com frequência, se duplicavam as vogais tónicas. Assim se teria descaído em MURTOSA.


Terra morta, planura desolada, quase sem vida vegetativa, que os vendavais, cruéis e assoladores, batiam mais amuide na freima costa recortada.


Esta designação de «terra morta», deve-se ao facto desta zona ser denominada de Beira-marinha, são integralmente uniformes e homogéneas na associação dos caracteres da sua estrutura geológica e étnica. A mesma harmonia as confunde em todos os detalhes do seu conjunto. Até o seu revestimento vegetal é de perfeito aspecto similar. E incluem-se na divisa cenezoica de formação moderna. De natureza sedimentar, emergem hoje no antigo golfo marítimo, de reintrância ainda hoje bem definida, sob a acção de poderosas forças, erosivas e construtivas.


No tempo de Afonso III eram simples afloramentos arenosos, distendidos em medois e cabedelos, farto manto de junças. Escoadoiros barrento. Esteiros, sapães e atoleiros. Ínsoas, lagoas, charcos, ilhotas, canais e ribeiros. Faixas alagadiças e empapadas das vasas aluvianares.


Marinha e ria – enquadramento de maravilhosa traça fisionómica que corda de areia fulva veio fechar, depois, até Mira às iras oceânicas e a muralha esborcinada do paleozoico cintou a nascente. Perspectiva onde os olhos se nos ficam a abeberar-se na perturbante magia dos seus panoramas.


Vale a pena pensar nas nossas origens... descobrimos verdadeiras maravilhas.



11 de novembro de 2009

EM BUSCA DAS NOSSAS RAÍZES

Olá família e amigos
Esperamos que estejam a gostar das notícias fotos e reportagens do nosso Blogue, senão, estamos abertos a saber o que gostariam de ver e saber para podermos ir ao vosso encontro, inclusive também estamos abertos a eventuais publicações que nos proponham.
Desta vez a informação recai sobre a Murtosa, berço de infância dos nossos antepassados que, pelos vistos, eram gente norteada pelo espírito da aventura tanto para dentro como fora do país, mostrando assim ser gente sem medo do desconhecido, e com uma forte capacidade de adaptação aos locais onde chegaram. Neste caso, que melhor exemplo que os dos nossos antepassados que, em cerca de 150 anos, meia dúzia de Venturinhas evoluíram para próximo dos 700 membros, prova clara de ser gente com grande capacidade de trabalhar em todas actividades.
Hoje não os incomodo com mais conversa, pois também há o artigo para ler, mas com a promessa que não ficamos por aqui, pois a investigação, da descoberta dos nossos antepassados e Venturinhas tresmalhados continua.
Aquele grande abraço amigo e até breve!

Município da Murtosa


O Concelho da Murtosa situa-se na faixa litoral de Portugal, na região de Aveiro, possuindo uma área que, na totalidade das suas quatro freguesias, ascende aos 7.365 ha (Torreira 3.209 ha, Bunheiro 2.460 ha, Murtosa 1.456 ha, Monte 240 ha).

A população desta vila, de acordo com os resultados dos censos de 2001, é de 9.458 indivíduos (ver http://www.ine.pt).
Durante muitos anos a população Murtoseira emigrou. Deslocaram-se sobretudo para os Estados Unidos da América do Norte, Brasil e Venezuela.
Também se deslocaram dentro do nosso território, nomeadamente para Cascais, Sesimbra, Setúbal, Alcácer do Sal e Olhão e, ainda, pelas praias do Tejo, onde se ocupavam da apanha do Sável.
No comércio, a busca de melhores condições de trabalho levou a população a fixar-se no Porto e em Lisboa, onde ainda hoje podemos encontrar inúmeras famílias murtoseiras, como, por exemplo, em Santos-o-Velho.
Este aspecto do êxodo populacional pode ser contemplado através da arquitectura murtoseira. As casas que sucederam à tradicional "casa alpendre", de fachada geralmente virada a sul, caiada, com horta, jardim, poço, alpendre murado com duas colunas e telha mourisca, mostram claramente a grande influência migratória, sobretudo para o estrangeiro.
A população, apesar de ainda se considerar jovem devido à sua idade activa (25 aos 64 anos), tem tendência para um progressivo envelhecimento. As actividades económicas predominantes são a agricultura e a pesca. A maioria da população sem actividade encontra-se reformada, havendo também um número elevado de população doméstica e estudante.
A Murtosa possui a Escola Básica Integrada da Torreira, a EB 2/3 e Secundária Padre António Morais da Fonseca, seis escolas básicas (uma na freguesia do Monte, três na Murtosa e duas no Bunheiro), e sete jardins de infância (Monte, Pardelhas, Murtosa, Centro Social e Paroquial de Santa Maria da Murtosa, Celeiro, S. Silvestre e Santa Casa da Misericórdia da Murtosa).
Este Concelho evidencia-se pela sua forte componente turística. A beleza natural e cultural do Concelho faz com que inúmeras pessoas se desloquem para dela disfrutarem, nomeadamente no Verão. O turismo tornou-se assim um factor importante do ponto de vista económico.


5 de novembro de 2009

O NOSSO BOLO


Aqui fica uma foto do bolo comemorativo do nosso primeiro almoço.





Prometemos voltar com postagens no nosso blogue sobre curiosidadese e histórias de vida dos Venturinhas.
Aguardem atentos, porque estamos pesquisando para partilhar com vocês.