16 de abril de 2010

O LIVRO DE FAMÍLIA


Caros Venturinhas


Pondo de parte o efeito surpresa que queríamos fazer, decidimos por motivos de falta de fotos e informação de pormenor solicitar a toda a família possíveis fotos, datas de nascimento, ligações familiares (a quem ainda não tenha dado) para assim podermos completar de maneira fidedigna os dados de família, para ver se nos metemos na aventura de criar o livro da FAMILIA VENTURINHA.
Enviamos cópia de página anexa e ainda com outras páginas de enxertos de orgongrama da família, a testemunhar as ligações da família por página...

Escusado será dizer que iremos fazer um compasso de espera, na esperança de que, dando tempo, todos possam e queiram participar para constar no livro. Mas que a partir dessa data limite, avançaremos na sua execução e depois já não haverá a oportunidade para introduzir os dados dos atrasados ou descuidados.

Também é importante, para quem esteja interessado/a em adquirir o livro que se comece a manifestar, via Blogue ou para qualquer dos email de Ana Lúcia Venturinha ou Luis Venturinha, afixados no topo da página à direita.

Seja interactivo, participe, divulgue, inscreva-se.

CONTAMOS COM TODA A FAMILIA VENTURINHA

11 de abril de 2010

RECORDAÇÕES DA MÃE CLOTILDE

AO LONGE A LAGOA DE S. ANDRÉ

Campanha de arroz na Comporta

Como complemento da reportagem anterior, sobre a caminhada de Sines á Lagoa de Santo André, lembrei-me de uma das conversas de família que às vezes tinha com a minha falecida mãe e daí que resolvi em sua memória tentar de uma forma de certeza menos realista e saudosista, testemunhar um pouco as breves recordações da sua infância.

Segundo ela, quando em plena adolescência o trabalho em Sines não abundava tanto conforme as necessidades o exigiam, sobejava como recurso reunirem-se grupos de mulheres que iam fazer as campanhas das mondas do arroz para a Comporta. Nessa altura, devemos estar a falar mais ou menos nos idos anos de 1925, o transporte mais tradicional seria o animal e mesmo esses para as classes mais pobres já seria um luxo.

Sobre este aspecto, não tenho a menor duvida que passou também por mim quando era gaiato, por exemplo quando tínhamos de ir ao “Lavrador dos Pereiros”, (o endireita mais afamado da região) ao Cercal, saíamos de Sines por volta das cinco da manha e lá iamos, várias famílias na carroça com o toldo em lona e puxada por um ou dois cavalos do Ti Ernesto.

É claro, muitas vezes os solavancos da viagem de regresso desfaziam o trabalho feito pelo endireita; mas como ia dizendo, os grupos acabavam por ir a pé pela praia fora, não posso afirmar qual a verdadeira distância, mas posso imaginar cerca de uns 40 a 50 km.

Então, segundo a minha mãe, essas viagens eram uma verdadeira folia, pois iam saboreando as paisagens desérticas ao longo da interminável praia, a brisa marítima vinda do mar, e ainda também os odores da flora florestal que iam tendo o prazer de absorver. Nos momentos que pernoitavam, merendavam, ou de outras necessidades fisiológicas, alem disso os seus olhos brilhavam de alegria ao comentar as traquinices e brincadeiras que a sua juventude lhes proporcionava.

Resumindo, da monda em si, as recordações esbatiam-se mais nas cobras de agua e outros seres que abundavam neste tipo de safra e da própria dureza do trabalho, deixando transparecer que o lado bom das campanhas seria mesmo, se assim o podermos chamar, a romaria das viagens pedonais à beira mar deste nosso lindo Litoral Alentejano.

Pelo facto de me despertar as memórias da minha muito saudosa e querida mãe o meu muito obrigado amiga DULCE.


Como curiosidade aqui fica mais um foto paradisíaca da Lagoa de S. André.
Esta foto foi tirada, já depois da Lagoa ir o mar. Como se pode observar se comparada com fotos da postagem abaixo, é notória uma extensão menor de água.

1 de abril de 2010